André Sztutman

Amarrações e Janelas

“Quando falo do anseio pelo belo, ideal como objetivo fundamental da arte, que nasce de uma ansia por esse ideal, não estou absolutamente sugerindo que a arte deva esquiva-se da “sujeira” do mundo. Pelo contrário! A imagem artistica é sempre uma metonímia em que uma coisa é substituída por outra, o menor no lugar do maior.Para referir-se ao que esta vivo, o artista lança mão de algo morto; para falar do infinito, mostra o finito.Substituição…Não se pode materializar o infinito,mas é possivel criar dele uma ilusão: a imagem”.
Tarkoviski,2002:41

Jornal Tópico

O jornal comum se caracteriza muito pela sua afirmação como urgência e como pré-requisito para situar o homem em seu contexto social, cultural e político: A ideia de jornal como soma de artigos pelos quais se lê a atualidade, como um apanhado de fatos somados possibilitam o entendimento da nossa época.[…] Ao pintar o conteúdo do jornal sua visibilidade se unifica. Substituí-se um esquema linear (artigo por artigo, matéria por matéria) e sem solução (Kafkaniano) por um esquema não linear, pela solução da pintura. A não linearidade significa integração de valores, do significado do jornal e do significado da pintura sobre o jornal. Os espaços vazios saltam e evidenciam-se como conteúdo, e a informação acontece em determinados sentidos ( ético, poético, político). Estes constituem a real significação da ação.

Metálogo-grafias

O nome da série metálogo-grafias ( não gosto da ideia de série. Nota: Abolir isso no futuro próximo) vem do termo metálogo, do antropólogo e epistemológico Gragory Bateson. Um metálogo é um diálogo acerca de algum tema problemático, em que não só se discute o problema em si, mas também a própria estrutura do diálogo, integra o assunto discutido. Assim, o que se discute penetra na maneira como se discute, e vice-versa. Esse exercício é uma experiência estética que nos dá dimensões do que é estética – algo que não se limita, por exemplo, ao domínio da plasticidade ou mesmo da arte.