Matheus Carrera Massabki

Acaso

Cada gota. Baldes de
vida visceral.

Livrar-se dos cinco
risos. Gargalhada. Paciência
como consciência
da fonte do que me
ilude. Ajude-me.

Não é comigo. Vaginas
e pênis no magma escondido
debaixo de formigas.

Vomitei. o que é lixo
vem de um espelho
pensando com o controlado
tapo o mar.

Cada pessoa é
uma fonte de espetáculo
gratuito. Não aceita
carnaval. Espantado
morto. Suicidou-se
com o brasil. Tylenol
e luftal.

Abismo sem mundo.
Memória. Cada gota.

 

É tarde

Destruição segui segui
constrói depois desmorona a vida muito curta pra ser erguida
sempre no chão serei feliz quando for um tijolo voando
rompendo a vidraça sua cara sua esperança
o retorno do sangue pra terra pro barro tijolo desconstrói
floresce uma casa de cacos e estilhaço sempre será
duque barão mendigo ceiam uma pomba morta de sífilis como se fosse
como se fossem eles mesmos na mesa com olhos e pimenta
de volta ao útero pra destruir um pouco a afertilidade humana
quero quero quero quero nada
não são os efeitos colaterais da cocaína deve ser amor.

 

Eu quero.

Brilha podridão
que gruda no corpo.
Brilha celeste
ó sujeira.

Hoje eu fedo.

Hoje não existe
racional.

Nada nunca existe.

e no entanto existe
o meu coração de
peito aberto. Desprotegido.

Tudo existe.
Mas nada é verdade.

Dilacera vida. Dilacera
viva dilacerante.

Hoje eu quero um
arcanjo da destruição.

Quero desmoronar.

Comer lama e
que me biquem o
cu.

Quero acordar
sem dentes.

Sangrando enquanto
eu canto qualquer
coisa pra te fazer
chorar.

Hoje eu quero
ser costurado
dentro da boca de
um sapo.

 

Pra eles é o irreal

Fantástico é um olhar
olhando quase de fora
homens sem esperança
habitantes da ignorância
incapazes de compreender
a irrecuperável infância

Mortos vivos rebaixados

 

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